Tenho uma balança no fundo dos meus olhos que mede,
mede sem parar,
incansavelmente,
até ao dia acabar.
Mede o amor, mede o ódio;
mede a razão, mede a loucura;
mede-me a cada passo que dou.
Faz-me saber onde estou.
Mas, tu vens.
E dizes-me que vens.
E eu perco-me,
numa nuvem de cinzas,
cremações de há milénios atrás.
Não sei o que esperar.
Não sei esperar.
Mas quero que venhas,
e me acordes.
Tenho andado a dormir!
Desperta-me os sentidos,
foca-te no meu gesto.
Acaricio-te
as cores,
os pormenores,
os olhares,
os pensamentos,
os ósculos.
Sempre e cada dia mais,
deslumbrada.
Ao amanhecer.
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