21 de janeiro de 2012

Brutal

'E brutal, o sol que se abre nos meus olhos,
quando abro as suas cortinas de manha.

'E brutal, as estrelas que brilham la em cima,
quando as luzes ca em baixo me ofuscam.

'E brutal, quando sonho, que um dia,
vou conquistar os meus sonhos.

'E brutal, quando 'a reveria, do que se exige,
os passos dados parecem desaparecer no asfalto.

'E brutal, quando me amas sem fim,
de luzes e portadas abertas.

'E brutal, quando me quebras o espirto,
que nem espelho face ao reflexo deformado.

'E brutal, a minha consciencia ser livre,
e os meus bracos me amarrarem as pernas.

'E brutal, estar tao feliz, e ao mesmo tempo tao so'.

'E brutalissimo, finalmente, escrever me sem me assassinar ao mesmo tempo.

Porque o poeta escreve sempre com a caneta apontada ao seu proprio peito. (Manuel Alegre)

Porque a minha caneta ja nao existe, e eu ja nao sou poeta.

Porque sou finalmente livre de mim propria.

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