18 de março de 2012

Eu sou

Eu sou,
uma bola de neve,
completa com espinhos,
que nasceu do ar,
e morreu do sal do mar.

E eu,
jamais serei algo,
que nao isso.

31 de janeiro de 2012

Sei tanto que não sei nada

Tenho me convencido que sempre soube que ia dar para o torto, que os sinais já la estavam, e o alarme tinha soado. Tinha me convencido de que tu soubeste mais e maior, e que tinhas razão. Encontrar-me estava cá dentro, não la fora.
E agora sei, ou convenci me que sei, que, por vezes, a inteligência das emoções 'e tão crua, que te parte aos cacos, e te esfarrapa o vestido. Deixa-te nua, gelada e apática.
E sem hipótese de cura, o que se faz?
Eu só aprendi, a chegar la acima, saltar, e cair, negra no verde  dos debaixo. Sim, levanto-me, e fico um tiquinho mais alta, mas há cacos, que se perdem no vento, sem regresso. 
Pergunto-me, como crescer, sem me morrer pelo caminho? E que eu não sei, e já esta na altura de saber, pois o  este meu vaso, pintado a luz da lua, um dia já não haverá fita cola que o aguente. 
Da nortada do dia de hoje, sei que a super cola, também já não resulta.
E agora Marta?

26 de janeiro de 2012

A caminho...

E assim, como quem nao quer a coisa, a vida que me obrigou a desistir,
espalha-me uma grande rasteira, e conquista-me a insistir!
Assim, como quem nao quer a coisa, prometo-me,

sem,

cessar,

a continuar a acreditar que o bem pode vencer o mal.
Milagres não existem, não senhor...
Mas e pessoas, não diz que somos já uns bons 7 biliões?
A minha fé começa em mim.
Termina nos 7.

21 de janeiro de 2012

Brutal

'E brutal, o sol que se abre nos meus olhos,
quando abro as suas cortinas de manha.

'E brutal, as estrelas que brilham la em cima,
quando as luzes ca em baixo me ofuscam.

'E brutal, quando sonho, que um dia,
vou conquistar os meus sonhos.

'E brutal, quando 'a reveria, do que se exige,
os passos dados parecem desaparecer no asfalto.

'E brutal, quando me amas sem fim,
de luzes e portadas abertas.

'E brutal, quando me quebras o espirto,
que nem espelho face ao reflexo deformado.

'E brutal, a minha consciencia ser livre,
e os meus bracos me amarrarem as pernas.

'E brutal, estar tao feliz, e ao mesmo tempo tao so'.

'E brutalissimo, finalmente, escrever me sem me assassinar ao mesmo tempo.

Porque o poeta escreve sempre com a caneta apontada ao seu proprio peito. (Manuel Alegre)

Porque a minha caneta ja nao existe, e eu ja nao sou poeta.

Porque sou finalmente livre de mim propria.