30 de junho de 2009

Sextos sentidos

Dás-me a vontade
Dás-me o ouvido
De arrancar músicas ao ar
Na tempestade
Madeira e vidro
Saberão como não quebrar
As chamas trinco
No gelo ardido
São formas muitas de amar
Depois dos cinco
O sexto sentido
Saberá tudo entrelaçar
É por tudo o que em nos corre
Que se vive e que se morre
Meu sangue sinto
Que à terra desce
E no teu corpo o seu lugar
Dentro do instinto
Tudo o que cresce
É boa forma de amar
É por tudo o que em nós corre
Que se vive e que se morre
Eu toco, eu fujo, eu volto, eu passo
Giro nos teus seis sentidos
Eu desço à terra e subo ao espaço
Agarrado aos seis sentidos

Silence 4 & Sérgio Godinho

29 de junho de 2009

Nexus & Elites

(acerca de George Steiner)

"Estar à vontade no mundo da cultura significa estar à vontade em muitos mundos, muitas linguagens: estar à vontade na história das ideias, na literatura, na música, na arte. Requer erudição e a capacidade de ver as relações existentes entre os vários mundos: o nexus.

Há uma relação entre linguagem e politica, entre cultura e sociedade. Para compreender os desenvolvimentos culturais, para ver que ideias vigoram e quais as consequencias que terão, é indispensavel uma reflexão filosofico-cultural.

É essencial ser elitista - mas no sentido original da palavra: assumir responsabilidade pelo «melhor» do espirito humano. Uma elite cultural deve ter responsabilidade pelo conhecimento e preservação das ideias e dos valores mais importantes, pelos clássicos, pelo significado das palavras, pela nobreza do nosso espirito. Ser elitista, como explicou Goethe, significa ser respeitador: respeitador do divino, da natureza, dos nossos congéneres seres humanos, e, assim, da nossa própria dignidade humana."

Rob Riemen, director do Nexus Institute

" A democracia deve ser praticada onde é apropriado. A formação cientifica, contudo, (...) implica a existência de um certo tipo de aristocracia intelectual"

Max Weber

28 de junho de 2009

Martin José Santos Domingues

Obrigado por teres a sensibilidade dos afectos que falta à maioria dos ditos "animais racionais"

Lock me or free me

Na maioria dos dias há o ódio, a revolta, a desilusão e a tentativa imensa de ser indiferente a tudo isto. Hoje amei-te outra vez como se ainda existíssemos um para o outro.

Apaguei te do meu telefone, apaguei te dos meus hábitos, dos meus problemas e das minhas alegrias. Só não consigo apagar te do meu passado nem de deixar de desejar te no meu futuro.

Sinto-te como se estivesse a dormir. Às vezes a sonhar, outras vezes a ter pesadelos e ainda outras como que a despertar para a consciência. Só queria acordar de vez, e ter a clareza das ideias matinais.

27 de junho de 2009

Causas da decadencia dos povos

Já o dizia Antero de Quental. Cento e tal anos depois... pouco ou nada mudou. Estava eu a tentar com isto inventar novas causas da decadencia dos povos.... mas enfim não me apetece. Já não há pachorra para tanta beduinice!

26 de junho de 2009

Cresci

Hoje senti a pele a esticar, e o cerebro a fervilhar. Mudei um bocadinho. Superei-te. Superei-me a mim. A minha altura aumentou. O meu peso também. E só eu é que posso ver, porque aos vossos olhos será sempre invisivel. Mas cresci.

23 de junho de 2009

Atrás de um grande homem....

"É observação constante que nada impera tanto sobre a índole do homem, posto que viciosa e grosseira, como as maneiras afáveis e os sentimentos benignos da mulher. Força irresistivel porque se insinua pela brandura e pela meiguice; força latente, porque actua sem mostrar-se, e exerce o seu poder sob mil formas diversas; força soberana, quando se humilha e debulha em lágrimas; solene e majestosa, quando em seus passageiros rasgos de altivez, se lhe tingem as faces de rubor, os olhos lhe cintilam chamas, e a boca prorrompe em sentida indignação - a mulher na plenitude do seu vigor natural, radiante de beleza e resplendente de virtude, é o arbitro supremo dos nossos destinos!"

Escreveu:
José Feliz Henriques Nogueira
(algures entre 1823 e 1858)

My only one

Like a flower waiting to bloom
Like a lightbulb in a dark room
I'm just sitting here waiting for you
To come home and turn me on

Like the desert waiting for the rain
Like a school kid waiting for the spring
I'm just sitting here waiting for you
To come on home and turn me on

My poor heart, it's been so dark since you been gone
After all, you're the one who turns me off
You're the only one who can turn me back on

My hi-fi's waiting for a new tune
The glass is waiting for some fresh ice cubes
I'm just sitting here waiting for you
To come on home and turn me on
Turn me on

Norah Jones

20 de junho de 2009

Permaneço

A trsteza vai e vem porque no fundo sabe que já nao pode ter esperança... Já o desejo de querer ser melhor...! Esse permanece.

19 de junho de 2009

Espelho meu, espelho meu...

Já la vai um tempinho que não me olhava ao espelho e perguntava ao reflexo "Quem és tu?"
Estranhamente, sorri e comecei a cantar isto:

I hate the world today
You're so good to me
I know but I can't change
tried to tell you but you look at me
like maybe I'm an angel underneath
innocent and sweet
Yesterday I cried
You must have been relieved to see the softer side
I can understand how you'd be so confused
I don't envy you
I'm a little bit of everything
all rolled into one

I'm a bitch, I'm a lover
I'm a child, I'm a mother
I'm a sinner, I'm a saint
I do not feel ashamed
I'm your hell, I'm your dream
I'm nothing in between
You know you wouldn't want it any other way

So take me as I am
This may mean you'll have to be a stronger man
Rest assured that when I start to make you nervous
and I'm going to extremes
tomorrow I will change
and today won't mean a thing

Just when you think you've got me figured out
the season's already changing
I think it's cool you do what you do
and don't try to save me

I'm a bitch, I'm a tease
I'm a goddess on my knees
when you hurt, when you suffer
I'm your angel undercover
I've been numbed, I'm revived
can't say I'm not alive
You know I wouldn't want it any other way

Alanis Morisette

(enfim... já lá vai um tempinho que não cantava isto, mas hoje é o que me faz sentido)

17 de junho de 2009

Hoje a alma não me flui. Parece que parei no tempo. Não estou para ninguém. Estou somente só para alguém. Quando vieres, se vieres, eu ainda estou no mesmo sitio.

15 de junho de 2009

Dor

Doi me a alma e doi me o corpo. Doi me falar e doi me pensar. Doi me tudo o que me aproxima deste mundo de espelhos, tudo o que dele nao me afasta. Doi me a coluna, as vertebras e os musculos do pescoço. Acho que estou cansada, não de mim, nem do que me faço rodear. Mas do resto.
Sinto saudades de quando achava que o mundo estava a distancia de pequenos gestos. Sinto saudades de querer, de desejar o mundo. Sinto saudades da minha ignorancia feliz. Sinto saudades daquelas preocupações da infancia "oh pai porque e que nao posso ir a festa de anos da nao sei quantas" e "oh mae nao quero comer sopa". Sinto saudades da minha pequenez em oposição ao mundo gigante.
Hoje sinto me grande, e sinto o mundo demasiado pequeno. Tudo é igual. O que muda os dias é a temperatura, o vento, a cor do céu e o que vestes em função disso tudo. De resto é sempre igual. Até as conversas já são iguais. A novidade, quando vem, se vem... transmite apenas uma apatia estupefacta, de tanto que já não a sabemos reconhecer, quanto mais valorizar. Entristece me tudo isto, entristece me poder escreve lo mas nao me atrever pronuncia lo.

13 de junho de 2009

Acreditar

Não há muito tempo, estava eu no meio de algo gigante, algo que me comia dia e noite, tipo parasita. Houve palavras e risos e carinho, e decidi expulsar o parasita e dar mais uma oportunidade aos "gestos de paz" que tanto apregoavas. Para quê?

Novamente fast food, agora não há em mim espaço, senão para a revolta. E esta é bem mais gigante que a primeira. É a revolta de ter acreditado e de novamente ter sido desiludida. Uma coisa é certa, não hás de ficar com mais nada de mim.

Apetece me atirar me dum lado qualquer, só para que o "nunca mais" realmente se concretize. Porque só pensado ou dito não é o suficiente para me fazer acreditar. Reconheço a minha fraqueza e a minha desconfiança. Mas não sou capaz de mais.

12 de junho de 2009

Society


Oh it's a mystery to me.
We have a greed, with which we have agreed...
and you think you have to want more than you need...
until you have it all, you won't be free.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.

When you want more than you have, you think you need...
and when you think more then you want, your thoughts begin to bleed.
I think I need to find a bigger place...
cause when you have more than you think, you need more space.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me.

There's those thinkin' more or less, less is more,
but if less is more, how you keepin' score?
It means for every point you make, your level drops.
Kinda like you're startin' from the top...
and you can't do that.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me
Society, have mercy on me.
I hope you're not angry, if I disagree.
Society, crazy indeed.
I hope you're not lonely...
without me.


Eddie Veder

10 de junho de 2009

Desperdicio

Verme nojento que rastejas pela terra, que desperdicio de vida humana. Odeio intrinsecamente tudo o que tens, tudo o que és... é nojento saber que há um ser tão desprezivel nesta terra que me faça sentir todo o nojo que tu me fazes sentir por ter em tempos coexistido contigo nesse teu mundo roto, promiscuo, vazio como o teu cerebro de lombriga enterrado parasitariamente num qualquer intestino...

9 de junho de 2009

Força


O peso de um só corpo na força de um só braço. É por estas e por outras que tás lá.

Fast Food

"Somos cada vez mais uma sociedade de "zombies" como costumo de lhe chamar. Todos querem "comer" os cérebros uns dos outros. Comer porque já ninguém se quer dar ao trabalho de pensar por si próprio. Preferem que sejam os outros a pensar e depois sim de alguma forma "roubam" ideias ou o que quer que seja que lhes dê jeito ou que lhes seja útil para alguma coisa – estamos na era da vida fast food: desde que esteja pronto, nós comemos."

Tens razão. Se ninguém to disse, eu digo te. Só lamento que as coisas sejam mesmo assim.
Parece que te adivinhei...Há umas noites atrás escrevi isto.

Fascinada.
Com a estupidez da raça humana. Com o isolamento a que toda a gente se submete. Com a ausência de palavras simples e puras. Com a ausencia de gestos de paz. Já fomos macaquinhos, depois fomos macaquinhos sociais... e surgiu a sociedade, a evolução, e o progresso. Mas o que chamar ao que somos agora?

Como disse, estou fascinada. Tanta merda (lamento mas foi me impossivel caracterizar de outra forma)... em tão pouco tempo. Antes fossemos macaquinhos novamente.



8 de junho de 2009

Fazes me desejar casas e jardins...

There is a house built out of stone

Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don’t feel alone
This is a place where I feel at home

Cause, I built a home
for you .. for me

Until it disappeared
from me .. from you

And now it’s time to leave and turn to dust

Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it’s knees

By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me

Cause, I built a home
for you .. for me

Until it disappeared
from me .. from you

And now, it’s time to leave and turn to dust

The Cinematic Orcherstra

http://www.youtube.com/watch?v=bjjc59FgUpg&feature=related

4 de junho de 2009

Olá

Hoje sou eu com mil migadouros de carne no cérebro, com abelhinas a zumbir nos ouvidos... Com são jões a baterem-me nos olhos. Com mil freqeuencias nos ouvidos, sem no entanto ouvir um pio.... Hoje, estou assim po deficente mental/ cansada / eh pa isto ta dificil (leia-se muito dificil)... epá muita confusão...

2 de junho de 2009

Para ti

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer

(Eugénio de Andrade)

Recorda quem já foste, recorda o que já viveste, recorda os caminhos que percorreste. Recorda o teu papel no(s) teu(s) mundo(s). 
Tu importas. Com toda a tua força, tu importas-me. E preocupo-me por sentir que  não te posso dar o meu ombro tantas vezes quanto gostaria. 
A luz e as trevas hão de sempre estar presentes... mas por muito que haja dias em que o sol parece que não brilha para nós, no teu fundo do teu ser, tu sabes que vale a pena. 
Estou contigo e hoje queria que soubesses isso.