24 de maio de 2008

Entre A Chuva Dissolvente

Dou comigo na corrente,
Desta gente que se arrasta...
E o que foi feito de ti... Marta?
Será que ainda te lembras do que fizeram por ti?

Tarde de engodo... vida de engodo (todos somos engodos uns dos outros) e eu acho que quero regressar... São muitos pés, são pés de mais e nenhuns me servem para caminhar, para chegar onde tenho que chegar.
Talvez os teus. Talvez.
Hoje não há optimismo que me chegue, nem amor que seja suficiente para me aliviar as saudades.

O mundo ao contrário? O meu mundo ao contrário? Eu, ao contrário do mundo?

Só sei que fica tarde e eu tenho que ir... ir... IR!

Se a vontade, o gosto e o desejo não chegam então estará tudo ao contrário?

Restam-me os ecos, a paciência, o silêncio ensurdecedor e a graça de saber sobreviver! (uma mão cheia de nada)

19 de maio de 2008

Segundo

À Sara e ao Pedro,

Mais uma vez aqui
Cada vez menos aqui
Cada vez mais, num outro lugar...
Qualquer (outro que não este)
Outro, que não tudo o que foi
O Próspero Passado

Sonhas com aventuras,
Correr o mundo num só fôlego;
Sonhas com a vida que nunca tiveste;
Sonhas com noites mais adúlteras;
E com céus mais azuis...
Pensas no que seria
Se não estivesses aqui...
Mas num outro lado qualquer

Imaginas...
Que o quadro que pintaste
Tivesse sido com outras cores,
Que a música que idealizaste
Com outras notas,
Que as noites que viste passar
Tivessem conhecido outras estrelas,
Que o mundo não fosse o mundo,
Que a droga não fosse a mesma,
Que o ritmo fosse diferente,
Que as palavras se soltassem
Num outro dialecto,
Que os teus olhos fossem menos,
Que o teu corpo latejasse menos,
Que as portas fossem menos,
Que o chão debaixo de ti
Fugisse num piscar de olhos...

Sonhas com o dia
Em que não tenhas que acordar
Mas em que sentes,
Por todos os poros
O calor...
De uma paixão, ou de um crime

Esperas...
Pelos dias e pelas noites,
Pelos minutos e incansavelmente, pelos segundos.
Em que o amor esteja em todos os lugares
Que a tua mente percorre
E em todos os gritos
Que fazem o teu sangue estremecer.

Pacientemente, tens esperado,
Por esse amor,
Por um amor,
Pelo Amor

Mais ainda estás aqui
E cada passo que dás
Se transforma numa pegada
Mais funda. E cinzenta.

Eram vocês e agora sou eu. Vocês.... desapareceram. Vou desaparecer também

Primeiro

Há dois anos que junto uma compilação estranha de textos, poemas, músicas, excertos de pedaços de pensamentos... Há dois anos que escrever se tornou mais que uma paixão, tornou-se fundamental.
Mais um blog na blogosfera das vidas intimas, ou das vidas promiscuas de cada um... Mais um, mas este é meu.
E é um hino a todas as pessoas que já encontrei no caminho, a todas aquelas que me apetece encontrar amanhã ou num dia próximo. É uma ode, a vida e aos caminhos sinuosos em que ás vezes nos encontramos... ao freakshow que é a humanidade, enjaulada num parecer, cada vez mais superior a um ser... ao percurso que fiz e aos percursos que assisti da minha janela. São perguntas e respostas, são dúvidas e esperanças, é o dia e a noite, as 24h de lua e de sol, de azuis claros e azuis escuros.

Entre o Circo e o Sol... porque estou entre muito, entre muita muita coisa. E porque a palavra chave é efemeridade, e porque efemeridade é o que acontece quando se busca mais do que aquilo que se consegue e se suporta, e quando o mundo à nossa volta, é genocídio constante.